Agradeço admirada e pela Fé, conseguir estar na minha casa de Chaves, desde oito deste mês.
É o máximo de tempo que consigo permanecer aqui desde há cinco anos, ainda por cima a dormir num colchão no chão e sem nada, NADA mesmo, para além da minha inseparável Becas.
Esqueci televisão, notícias tristes, muitas vezes o telemóvel e poucas, liguei a internet.
Trabalhei duro estes dias, a limpar roseiras, trepadeiras e jardins. Mas agradeço os banhos de água fria, os arranhões, os dias envolvidos no perfume do jasmim, da glicínia, do alecrim, da alfazema, das rosas floridas e multicores.
Sinto-me mais viva.
Deitava-me ao findar o dia e aí pela calada vinham as memórias, convivia forçosamente com as emoções, como constatar que passaram quinze anos (ontem) que acompanhei o corpo da minha madrinha para a tumba do jazigo dela, como lhe havia prometido; que a vontade que manifestou de eu vender esta casa e construir no terreno que me deixou, continua por cumprir; lembrar que no dia da sua morte, quis vir ver a casa em construção pela segunda vez (não se recordava que a tinha trazido de manhã, como fazia sempre ao domingo) e para ela repetir mais uma vez "está tudo muito bem, mas não a vou estrear...", o que aconteceu mesmo.
Pergunto-me agora, depois de mostrar a casa tantas vezes e esta semana foram três, se será desta que se vende?
Foi preciso as árvores de fruto chegarem a um ponto de crescimento selvagem, que eu só já não sou capaz de manter e me dá pena, para surgir uma solução?
Os jardins e canteiros, apesar de muita planta ter morrido, de muita arranhadela ter sofrido e de dias de dedicação, estão finalmente quase bem!
Faltam-me as forças e a companhia para o mini pomar, para a horta, para apanhar o lixo e fazer da árvore que secou, lenha para o inverno.
Agradeço TUDO o que vivi estes dias com quase nada. Mais uma experiência de vida e uma superação das minhas fragilidades.
Preciso orientação e luz, para não continuar a empatar dinheiro nesta casa. Venda rápida ou ????
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