Fez ontem oito dias, que suponho, ter estado toda a família rodeada à volta do esquife, a velá-lo, para depois seguir para a terra.
Eu não fui. Não me senti capaz. Sabia que o problema que a tia C tinha a levaria em breve, mas dado o sofrimento para ela própria e para os demais, principalmente para o tio Z, que sempre a cuidou com todo o carinho e desvelo, apesar de ele mesmo estar muito mal dos ossos e dos seus 83 anos, salvo o erro, pensei sempre ser um ato de caridade do Criador.
A minha tia nunca esteve de bem com a vida, sempre se lamentou muito de tudo...
Se já pensava, perante a minha atitude instintiva de não ir ao funeral, num dia em que estava com os braços completamente inflamados de picadas de insetos, penso muito mais ainda, no legado que Jesus nos deixou, a grande oração que gosto de dizer em momentos que não entendo: o Pai Nosso!
"...perdoai os nossos pecados, assim como nós perdoámos a quem nos tem ofendido..."
A questão que me coloco agora é: perdoo, mas não esqueço! Não, se não se releva e não esquece, não se perdoa!
Sempre pensei ter perdoado todo o mal que me fizeram, apenas algumas pensava, porque mesmo assim, não conseguia esquecer? Engano, puro e simples. Perdoar, significa relevar e passar adiante, esquecer mesmo, nem que para isso se vá buscar tudo o que nos foi dado de bom e "fechar as janelas killer", que nos abafam.
A descoberta desta faceta em mim, não me agradou muito e deixou-me em meditação... sem escrever, por uns dias!
"Diante de tanto desregramento e venalidade que corroem os alicerces das sociedades contemporâneas, os cristãos, além da responsabilidade e do dever, precisão imprimir ética em sua ações diárias" Diário de Consciência
