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domingo, 23 de novembro de 2014

Bravo! Linda corajosa!


Palavras de quem não desiste


C, Afilhada

(...)
Eu ultimamente sinto-me sem forças, parece que me falta força nos braços, sinto-me tão cansada e também sem energia para trabalhar mas faço sempre o melhor possível, nego a vontade do meu corpo, eu não obedeço à sua vontade.
Tenho dores nas costas, a minha coluna está com uma pressão um pouco incomodativa, dói, os braços parecem não querer responder aos movimentos, mas tento negar e não pensar na dor ....não posso senão a vida pára e depois já será tarde e se fizer a vontade ao corpo vou
piorar e isso não quero.

Por vezes tenho vontade de me pendurar no estendal da roupa só para esticar as costas, descarregar a pressão da coluna sobre o coxas e as pernas..... mas não sou uma peça de roupa lol não dá ahahaahahah

Esse verão venha cá madrinha, à minha terra, no mínimo 7 dias, vai ver que será ótimo e se tiver com olheiras não se preocupe, eu farei de tudo para melhorar a sua aparência, isso é irrelevante, gosto de si, esteja no seu melhor ou no seu pior, apenas me irei preocupar em
fazê-la sentir bem, feliz.....

                                                             


C, Madrinha

És um AMOR!

É giríssima a imagem de ti pendurada no estendal da roupa e fez-me lembrar uma de mim há muitos anos.
Quando em Ginástica, ainda era assim que a disciplina se chamava, a prof. nos mandava subir ao espaldar e suspender, eu ria tanto ao imaginar a nossa figura de sapinhas, para quem nos estava a ver, que levava sempre ralhetes.
O que me valia era ser boa aluna, senão era muitas vezes castigada por ser endiabrada..
(...)

As duas e o que partiu, assim como o meu pai fazem anos em dez. Só o J faz em Maio.

Valeu escrever-te, porque já me fizeste rir. Vais melhorar, o meu Anjo da Guarda vai tratar de ti.


Beijos e um xi apertadinho. Coragem miúda!

 

sábado, 22 de novembro de 2014

Nunca te rendas!


Se observarmos com atenção o Mundo Animal, 
vemos excelentes exemplos para aplicarmos à nossa própria Vida.



Como podia imaginar?

Ausente de novo dias, em que o meu olho esquerdo deixou de ser o pisca pisca irritante, mas nem assim, outros motivos alegres surgiram para me "convencer" a escrever!

Há três dias ando intrigada com o comportamento estranho da minha cadelinha, que atribuía a odores que percebe dos animais do circo, quase aqui por baixo do prédio.
Nervosa, inquieta, sempre a chorincar, quase não come e não bebe... 
Salta do sofá para o ninho que revolve incessantemente, corre para a porta do quarto que arranha para entrar, deita-se atrás das minhas costas e costas do sofá.
À noite com o focinhito arreda o edredão até se conseguir esconder debaixo dele. 
Levanta-se e vem buscar um brinquedo golfinho de borracha, que uma amiga minha lhe deu, e que agora não larga, não para brincar, mas para lamber. 

Quando acaba por adormecer, depois de tanto vaivém e voltas, sinto-a aos solavancos e suspiros e cada vez mais contra o meu corpo.

Com o focinho derrama a água e a comida, como que revoltada contra qualquer coisa.
O pouco que come é da minha mão, como para me fazer a vontade.
Aconchego-a no meu colo e treme durante um bom bocado até acalmar. 

Liguei à veterinária e achou melhor levá-la lá.
Pois a minha Becas está a sofrer de pseudo-gravidez traumática. Procura e chora os filhos que supostamente teve, daí andar sempre atrás do boneco e a lambê-lo.

Está medicada, mas logo que possível vou ter de a esterilizar, porque segundo a veterinária, quando uma cadela  faz uma gravidez desta natureza tem tendência para fazer mais, que podem levar à morte.



Tem apenas ano e meio e isto acontece a seguir ao segundo cio, em que nem sequer a "acasalei".




Há coisas! Bichos, neste caso, Cadela, Sente e Sofre, como alguns humanos já não teem capacidade para tal...




Também sofrimento para a minha bichinha?


É caso para dizer: mesmo sossegada no meu canto, não há Paz!

domingo, 2 de novembro de 2014

A minha afilhada de coração

O início da história
 
Na troca de mails sobre a aquisição de livros pelo OLX, o conhecimento e o diálogo estabeleceu-se:
 
Eu - Esteja descansada que não troco os livros. Estão separados e vou embalá-los ainda hoje.
Só conheço os Açores por referência e fotos de colegas que foram colocados aí e gostaram muito. Conheço alguns países e não hei-de ir a mais nenhum sem 1º ir aos Açores e tomar banho nas lagoas de águas límpidas. Acha boa ideia?
Como gosta de ler, envio ainda o meu blogue ...
Se pudesse enviava-lhe calor e sol daqui do continente, assim vale a intenção!
 
Ela - "(...) A minha família, mãe, pai já tiveram de superar várias operações que superaram pela força que tem e por nós, os seus filhos, somos dois. Adiaram imenso a sua saúde, o seu bem-estar por mim, porque embora ajudem muita gente e a minha família seja unida quando mais precisaram não estiveram lá, teve de ser alguém de fora a ajudar porque não me queriam deixar sozinha porque me desloco em cadeira de rodas, dado que sofro de distrofia muscular que consiste na perca progressiva de força nos músculos e preciso de ajuda para as tarefas diárias, pois afeta braços e pernas que tem pouquíssima força. 
(...)
No entanto, não sou uma coitadinha, eu faço tudo, eu tirei o meu mestrado, mesmo quando alguns professores eram injustos comigo, e me tentavam desencorajar com o seu preconceito a desistir dos meus estudos, eu nunca desisti, doía, mas eu acreditava e acredito em mim, por mim e sobretudo por eles, os meus pais....
Terminei o mestrado com 17, arranjei emprego sem cunhas, levei muitos nãos no mercado de trabalho e mais uma vez não acreditavam nas minhas capacidades mas uma empresa aceitou conhecer-me, sim porque o problema das pessoas é não nos darem sequer oportunidade de nos conhecerem como pessoas, tiram conclusões apenas pela condição física, na sua maioria, mas como há excepções, uma empresa acreditou em mim, deu-me oportunidade de demonstrar o que eu valho, o que eu sei, como consigo realizar as tarefas, bem do meu jeito, mas arranjo sempre forma de conseguir a tempo, horas e bem feito, enquanto muitos tem as coisas tão mais facilitadas, como um simples "tirar uma folha da impressora"e não trabalham com gosto. Eu estudei, eu trabalho, eu saio de casa e passeio, vou para a night, eu namoro, eu sou normal e anormal são aqueles que não conseguem ver além de uma limitação física porque limitações todos temos, só precisamos de uma oportunidade. Não são só os outros que me ajudam, eu também ajudo em muitas coisas.
A minha mãe também perdeu um filho, o gémeo do meu irmão, eu não o cheguei a conhecer, foi um aborto e por sorte não morreram os 3  O meu irmão nasceu de 6 meses e eu tinha 6 anos mas embora pequena sofri mto vendo a minha mãe a ir para o hospital coberta de sangue ao colo do meu pai e eu ficar em casa com a minha avo e ver a casa de banho toda suja de sangue. Filmes de terror e com tantos pormenores que me lembro.....
Está a ver o que o seu blog causa?partilha lá a sua vida que me fez partilhar um pedacinho da minha.
 
Voltando ao seu blog, vi que também vai muitas vezes ao hospital e as suas peripécias, então o carro avariou lol  sei como isso é, o nosso carro também prega partidas quando não deve e faz tanta falta para me deslocar neste inverno e transportar a cadeira ahahahahah
 
Relativamente a vir aos Açores, aconselho vivamente, é lindo, aqui conseguimos ter o barulho e movimento  quando queremos mas como é mais pequeno, tudo é mais perto e facilmente conseguimos fugir a isso e ir-mo-nos refugiar, pensar, relaxar em locais lindos e paradisíacos, onde só a natureza opera, onde a mão do homem é pouca, nas belas lagoas , etc etc etc.
Temos tudo aqui, movimento, comercio e paz.......como costumo a dizer a alguns continentais, que eu adoro, que os Açores tem tudo o que o continente e mais..... Temos mais ar puro, menos poluição sonora e ambiental, menos transito, menos violência (...)
A única coisa que eu queria que fosse melhor era a medicina que é o mais importante, na minha ilha é boa até mas há ilhas que não tem hospital e tem de vir ter os bebés ou para são Miguel ou para a Terceira. Isso lamento mas só. Também temos bons especialistas. Mas merecíamos mais, nisso vocês ganham.
 
Eu sou apaixonada pelo Norte, todo o Norte, e graças as minhas consultas anuais no Porto, Hospital de Santo António,
Amo o Porto, amo as pessoas do Porto, nunca vi povo tão acolhedor e simpático, adoro a gastronomia, adoro a cidade... (...)
Venha conhecer os Açores e se precisar de ajuda é só me contactar, até posso ser sua guia se precisar. Somos Nove Ilhas e não é por ser a minha ,juro que não é mas a minha é a que tem as paisagens mais, só que conjuga a natureza e desenvolvimento. As outras são tipo mais aldeias com uma beleza linda  mas tudo mais caro e sem muito comercio e desenvolvimento, o que é magnifico também. Mas a minha, dito por muitos amigos é lindo mesmo.
 
Percebi que gosta de animais eu amo, tenho vários cães e um gato.
Nem disse a minha idade, tenho 26 anos."
 
Eu - Sinto-te tão próxima que tenho de te tratar por tu. Deixas-me ser tua madrinha?
A tua história é tocante pequena, e és mais nova do que o meu filho mais novo que faz em Dez 32 e partiu aos 27.

Nunca tive uma afilhada, nem sei bem porquê, talvez pelas voltas da vida, mas tens o meu nome (...)
Tens um quarto à tua espera, quando vieres à consulta ... com vista de mar.

Que o teu Anjo da Guarda te proteja sempre.
 
Cortei de propósito algumas partes de texto do mail da C e do meu, para não alongar este, tendo no entanto o cuidado de não lhe retirar o essencial.
 

Desaparecidos da vista, presentes na mente!

Durante anos da minha juventude e até casar, todos os sábados ia limpar e enfeitar as campas e floreiras do jazigo da minha madrinha.
Fazia-o com gosto, porque ela me pedia. 
Os retratos das lápides eram de desconhecidos que não me provocavam qualquer emoção. 
No Dia dos Fiéis o compromisso mantinha-se, só com flores compradas, normalmente crisântemos ou cravos, sem eu nunca perceber muito bem porquê, uma vez que havia no quintal sempre flores e espécies arbustivas, bem bonitas, para assear o jazigo. 
Também fazia parte da romagem aos cemitérios para deixar velas acesas, e recordo que quase sempre o frio era cortante. 

Depois de 1973 nunca mais enfeitei o jazigo. 

No Dia dos Fiéis voltei ao cemitério, três a quatro vezes, pela minha avó, meu padrinho e minha madrinha. Sempre estava muito longe do local onde "eles estavam" e encarava isso como uma visita, talvez...

Um desses anos dei comigo a pensar que não estava ali a fazer nada. Não me sentia bem! 
Recordava com alegria todos os momentos passados com todos os que tinham partido, muito mais vezes ao longo do ano e em diversos locais, do que ali, no cemitério. Sepultado estava só matéria orgânica: "És pó e em pó te hás-de tornar"! Frase bíblica que tantas vezes ouvi e me ficou na cabeça.

Sei que há culturas em que os cemitérios teem uma espécie de memorial, pintado de cores alegres que "falam" muitas vezes com graça, da vida da pessoa, cujos restos mortais albergam. Esses, não me importaria de visitar!

Deixei de fazer romagem aos cemitérios onde "estão" todos os entes queridos. Sei que me perdoam, porque habitam nas minhas memórias, ou se quiserem, porque é mais bonito e maior, no meu coração.
E como o meu amado T tem como cemitério todo e nenhum lugar deste mundo, não me reservem para mim lugar algum quando eu me for.

Passei o dia em casa e lembrei muitos mais familiares e amigos queridos, já ausentes, com amor, saudade e vida, dos que teria capacidade física de visitar em cemitérios.

Ah, o meu olho esquerdo que tem sido um autêntico pisca-pisca há pelo menos três semanas, muito irritante e limitativo, hoje decidiu dar-me descanso! Faço votos que seja prolongado.