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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Outubro, mês de boas memórias!

 A 17 a casa ficou vazia de novo
As nuvens ensombraram os meus dias e até a Becas andou pela casa tristonha, acabando sempre por se deitar no sofá com a cabecita debaixo da almofada. 
A nostalgia pairou dias ... hoje senti-me impelida a escrever. 

No passado dia 18 foi o aniversário do meu irmão mais velho, e também do meu primeiro Anjo, que no nosso Mundo esteve mês e meio. Apagava 41 velas!

Nos últimos quatro anos, este mês, dezembro e maio foram sempre mais percetíveis e gratificantes, do que os restantes meses do ano, no que toca a memórias sensoriais.

O cheiro inesquecível a bebé, o tê-lo nos braços, a mãozinha minúscula agarrando o meu dedo, as "boquinhas" enternecedoras, os banhos a um ser tão delicado, as horas esquecidas de pura contemplação, cheiros e "quadros" com que o olfacto e a memória me presenteiam com frequência.

Sabe a oferta, para uma Vida que carregou nove meses vezes seis, pariu, acolheu, cuidou, amou, educou, partilhou, sofreu... e (por fim) aceitou como se fosse uma dádiva a hora do voo... de todas as Vidas que dela saíram.

Esta é a fotografia do Quadro a óleo sobre platex, que compramos com algum dinheiro dos presentes de casamento e que sempre me acompanhou.
Só na minha moradia é que não fazia parte do meu quarto, mas agora está no lugar de sempre!

 

Tenho uma afilhada linda, nos Açores! Conto como a "ganhei" se Ela autorizar.


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aniversário de um Anjo!

Fez hoje trinta e oito anos que um Ser que andou dentro de mim nove meses respirou o mesmo ar que todos nós!

Foi a minha ex-sogra que fez o parto, como de todos os meus outros filhos. Pelos meus cálculos "aparou" doze netos e uma bisneta. 
Foi enfermeira em obstetrícia, no HSJ, desde a sua abertura até que se aposentou. Este foi um à parte para justificar o parto (só pelo que se segue), não fossem pensar que era uma parteira do antigamente, como as muitas que ajudaram a pôr os nossos pais e avós no mundo.  Sim, porque havia os médicos, mas esses não eram assim tantos para atender a todas as especialidades e os que chegaram aos pobres foram raros.

Perante um pai todo atrapalhado, que quis assistir ao nascimento do filho, e ver se era menino ou menina, nasceu uma menina linda, limpinha, grande, de penugem loira e olhos azuis. Tão bonita que a parteira não se conteve, erguendo-a o mais alto que podia exclamou: 
"É bela demais! Não é deste Mundo nem para ti!"

Nunca mais esqueci esta imagem! 
A minha filha foi-me emprestada por dois meses e três dias.

Partiu na madrugada do dia em que tínhamos o casamento de uma prima.

No dia 16 de Outubro, ao longo de todos estes anos sempre me congratulei por ter gerado um Anjo, e o relógio biológico nunca me permitiu esquecer esta data, nem outras...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Objeto com História 2)

Fato de Patinagem Artística

Ambas as minhas filhas fizeram Patinagem sobre rodas. 
Interessa destacar o pormenor, porque recordo, que embora deslizassem lindamente, eram pesadíssimos. 
Em casa da mais nova, resta um exemplar como recordação , mas esse já é de lâmina.

Mas hoje interessam os fatos, que tanto nervosismo me causaram.
Os das provas obrigatórias eram do Clube. Bastava estarem cuidados para as provas.
Os fatos das provas livres eram da responsabilidade das alunas e do gosto destas e mães, normalmente, embora obedecendo a regras, tal como entrelaçar o mesmo tecido nos cabelos e cobertura de patins.


Este é o fato de provas livres que encontrei nas arrumações, mas sem a saiainha. 
Passei horas a pregar lantejoulas sobre algumas bolas, na foto pouco visíveis.
Não encontrei fotografias da miúda com ele vestido, cabelos a condizer, assim como os patins. Ela deve ter na posse dela, assim como as medalhas ganhas.
Horas loucas às voltas com o cabelo, a tentar aguentar o nervosismo e insegurança dela, e ainda incutir-lhe confiança.

As duas, fizeram as seis classes, avançaram nas obrigatórias e livres, mas a mais nova, ou seja, a mais insegura, emotiva e frágil, foi mais longe.

Era lindo de se ver, a delicadeza das figuras, a beleza da música associada ao esquema que tinham de exibir e o ambiente que se vivia... 
Sabiam que tinham a ver quase sempre a família; a romaria de domingo dos avós, pais, irmãos e por vezes tios, era para o Pavilhão onde se realizavam as provas.
 
A TI chegou mesmo a jogar Hóquei em Patins a nível nacional. Tive de me impor, para que deixasse esse desporto, quando vi grandes e negros hematomas espalhados pelas pernas, que tardavam em ser reabsorvidos pelo organismo.
Mãe sofre, sofre sempre por algum motivo!  E não esquece nunca, mesmo que deseje muito...

Quando o Sol brilha em dias de chuva!

O meu filho e neto vieram passar uns dias de férias!

O meu coração bateu mais forte, os cinzas desapareceram, o sorriso voltou aos meus lábios e tive os abraços tão desejados, que amenizaram as saudades, enxugaram as lágrimas e aqueceram a alma.

Depois das primeiras e fortes emoções, fui-me deixando surpreender com o homem fantástico e puro, que é o meu querido filho, que mesmo depois de tanto sofrimento, está confiante, positivo, lutador e com muita esperança numa vida melhor.
Também o meu neto, que em pequeno era um desatino, que facilmente "se rotulava" de hiperativo, rótulos que muitas vezes se aplicam apenas a crianças  mal educadas e que poucas correspondem à verdade, está um "doce" de menino, nos seus doze anitos, irreconhecível! Uma criança a crescer, a querer ser homem sem querer esquecer memórias e raízes, que por vezes me impressiona...

O segundo dia em Portugal brindou-os com um agradável dia de sol. Ansiosos por mar, aproveitaram para uma banhoca. 


Os dias passaram a correr... Entre arranjos na casa, que o meu filho fez (habilidades que lhe desconhecia) e visitas aos avós e irmã.

Há dois dias que foram de visita ao pai do meu filho e companheira, e novamente paro alheada nos dias, nas horas... Até a Becas os procura pela casa.
Voltam amanhã, por mais um dia, antes da partida para a Suíça.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Objeto com muita História 1)

Saco de praia

Ando há mais de quatro anos a tentar separar o que quero e devo guardar, daquilo que posso prescindir, dar, vender e deitar fora.
A poucas coisas estou agarrada e à medida que vou mexendo e remexendo, mais me dou conta, que me liberto facilmente de coisas de monta do que de pequenas coisas que tem uma "memória", ou pelo menos me trazem de volta os tempos em que era feliz com pequenas coisas.

Este foi um saco de praia idealizado e feito por mim, aos 12/13anos, nos anos sessenta, e pegas em madeira feitas pelo meu padrinho, que era carpinteiro e já cá não está há 19 anos.

Como me sentia orgulhosa de ningém ter um saco igual ao meu e ter sido feito por mim! O remate do forro ainda está feito à mão.
 Quanto uso dei ao saco, mesmo depois de casada. E o turco, comprado na feira de Santana, mas de boa qualidade, sem nunca manchar, nem perder o colorido.
É muito bom recordar esses verdes anos, com a cabecinha cheia de sonhos e projetos, ávida de aprender tudo.
Pois o turco, ainda dará um bom forro para a cama da minha cadelinha Becas e as pegas, bem lixadinhas e pintadas, quando eu tiver tudo mais em ordem, continuarão a honrar a memória do meu afável padrinho num saco bem mais elaborado e chique.

Dedico este texto ao meus Padrinhos, estejam onde estiveram, que seja em Paz e felizes, como o eram, à sua maneira! 
Ela, porque me ensinou o gosto pela costura e ele porque sempre tinha uma palavra simpática de incentivo a tudo que eu fazia, para quem fui criança, e depois na adolescência passei para sempre a "Rapariga", até à hora da sua partida.
 





quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Balanço!

O mês chega ao fim, e ainda não foi este que me tirou o "peso" da minha casa de Vale de Anta, à qual não sou capaz de voltar, nem de suportar a despesa, ainda que quisesse.
No dia 11, não cheguei ao HSJ, à consulta de neurologia a horas. Parou a Fiat Marea que tanto gostava e recusou-se a andar mais. Finou-se e também pelo motor. Fazia um ano em Outubro que a tinha comprado, com a garantia (não escrita), que tinha sido toda revista e duraria ainda tempo suficiente, até poder comprar outro carro. Porque continuo a confiar ingenuamente, e a recusar-me a aceitar que são mais os trafulhas, que vendem e consertam automóveis, que os honestos?
As perdas económicas já quase não doem, não ligo, mas as quatro rodas fazem falta... deixam-me dependente, presa com a Becas, que vai comigo para todo o lado. É um incómodo que me transtorna!

Outra que não dá para acreditar! Um sofá cambalhota individual, em imitação de pele, que deixei no meu lugar de garagem, totalmente coberto à espera de ajuda para o transportar, "amigos do alheio" deitaram-lhe as manápulas ou colocaram-lhe as rodas que me fazem falta a mim. Comprei-o para deitar o meu neto que aguardo nos próximos dias. Contou só a intenção!

Entre o mau e o indiferente, que foram estes trinta dias, tive a surpresa madrugadora da minha adorada neta, com um abraço que me aqueceu a alma e um bolinho para o pequeno almoço, que adoçou não só aquele dia, mas muitos outros. 
E os meus queridos pais, que mesmo a custo me vão apoiando nas deslocações às consultas. Deveria ser ao contrário, mas não é! 
E quem sabe, por precisar da presença e apoio deles, os tenho tão bem e bonitos nos seus quase 82 anos?