A 17 a casa ficou vazia de novo.
As nuvens ensombraram os meus dias e até a Becas andou pela casa tristonha, acabando sempre por se deitar no sofá com a cabecita debaixo da almofada.
A nostalgia pairou dias ... hoje senti-me impelida a
escrever.
No
passado dia 18 foi o aniversário do meu irmão mais velho, e também do
meu primeiro Anjo, que no nosso Mundo esteve mês e meio. Apagava 41
velas!
Nos últimos quatro anos, este mês, dezembro e maio foram sempre mais percetíveis e gratificantes, do que os restantes meses do ano, no que toca a memórias sensoriais.
O cheiro inesquecível a bebé, o tê-lo nos braços, a mãozinha minúscula agarrando o meu dedo, as "boquinhas" enternecedoras, os banhos a um ser tão delicado, as horas esquecidas de pura contemplação, cheiros e "quadros" com que o olfacto e a memória me presenteiam com frequência.
Sabe a oferta, para uma Vida que carregou nove meses vezes seis, pariu, acolheu, cuidou, amou, educou, partilhou, sofreu... e (por fim) aceitou como se fosse uma dádiva a hora do voo... de todas as Vidas que dela saíram.
Esta é a fotografia do Quadro a óleo sobre platex, que compramos com algum dinheiro dos presentes de casamento e que sempre me acompanhou.
Só na minha moradia é que não fazia parte do meu quarto, mas agora está no lugar de sempre!
Tenho uma afilhada linda, nos Açores! Conto como a "ganhei" se Ela autorizar.