Após este interregno, em que estive doente do corpo e da alma, não quis
deixar passar este domingo da benção dos ramos de oliveira, que sempre
associei ao dia das Madrinhas, não sei porquê, sendo o meu padrinho um
homem bom, presente, mais correto seria dizer dia dos Padrinhos.
Era para casa deles que me dirigia feliz, parece-me que não com um ramo, porque tinham muitas flores no quintal, mas sempre com um presente diferente feito pelo meu pai e nesse dia recebia as amêndoas e só no domingo de Páscoa, o presente maior.
Mas hoje é à minha afilhada de coração, que dedico este post.
Até há pouco juntava dinheiro para cumprir um sonho muito caro, nas Ilhas, comprar uma cadeira que permitisse pô-la de pé, esticar a coluna.
Cadeiras que são comparticipadas no Continente, onde conseguiu uma muito mais cedo do que pensava, através do OLX, a um preço acessível às suas economias.
Fiquei feliz com a alegria dela e por mais voltas que desse à cabeça, não conseguia entender como a máquina a levantaria e a manteria de pé.
Enviou-me fotos, muitas fotos, para eu ver, perceber, escolher, e publicar as que quisesse... Confidenciou que tem vergonha, que não gosta de se ver...
Menina de sorriso lindo e travesso, maior do que tanta gente, corajosa, vergonha de querer sentir-se melhor? De conseguir lutar e realizar um sonho?
Não!!! Tenho muito orgulho em saber quem és, como lutas e o que vales! Tenho muito orgulho em me chamares madrinha, em ouvires o que tenho para te dizer, em seres tão gentil comigo e me dares tanta força.
A beleza dos seres humanos está no amor que colocam nas suas ações, na compreensão e tolerância dos outros e pelos outros.
Bem hajas minha linda afilhada.