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domingo, 3 de agosto de 2014

Amor dos meus amores

Mais um difícil e complicado fim de semana, que devia cheirar a Verão, a descanso, a perfume de plantas regadas, a conversas ao ar livre pela noite dentro, a música dedilhada na guitarra, acompanhada por uma voz querida, suave, quente, quase sussurrada...

E não, calor, frio, chuva, incompreensão, azedume, gritos, tudo, numas horas!

Valeu a alegria de partilhar a casa de Vale de Anta, a que já não chamo nossa, porque não a quero sentir e não sinto nossa... com a querida Maria Luiza, marido e filhotes, para passar uns dias agradáveis. 
Amiga brasileira de Maceió, casada com um português, a trabalharem e viverem em Pamplona. Casal lindo, que gostou imenso da casa, ainda que com meia dúzia de peças que lá meti dentro. 
Só as ameixas é que são tantas, que dá para todos, incluindo pássaros e para fazer tapete no chão.

Meu querido, a casa está a ser um "cancro". 
Não há dinheiro que chegue para a manter, nem cabeça equilibrada para conseguir jogar com todos os que fazeres de manutenção, que ela dá nas várias áreas. E pessoal honesto e especializado para lá ir no tempo certo, em que dele preciso?

Oh, meu Amor, e eu que só quero Paz, que me Aceitem, que me deem um pouquinho de carinho, para continuar a ter forças para resolver todos os problemas que tenho a certeza que consigo resolver.

Não peço compreensão, porque sei que não conseguem compreender-me... É bem mais fácil dizer que estou louca, ao passar a vida a trocar e a carregar móveis, nem que isso represente um negócio.

Por favor não me comparem com ninguém que tenha tido perdas! Todas as perdas são diferentes. Não me digam que tenho de parar e andar com a minha vida para a frente. Estou parada? Que faço eu? Não ando com a vida para a frente ainda que aos tropeções em todos os empecilhos que teimam em colocar-se no meu caminho? Ninguém dê conselhos quando não passa pelas mesmas situações.

Perdi três filhos e não tinha cortado o cordão umbilical com nenhum. Só essa força Divina, Maior, me dá forças e não me cobra nada...Oh, meu querido, se pudesses dizer baixinho ao ouvido, tu sabes de quem, "Deixem a mamã ser feliz do jeito dela". Como querias tanto que eu fosse feliz...

 Sabes, tenho a aceitação, o amor e a fidelidade incondicional da Becas. Nunca pensei ser tão reconfortante.

Aceitem-me apenas! Tento fazer o mesmo todos os dias em relação a todos, mesmo àqueles que me teem prejudicado.
Que sejam mais bonitos, os dias que por aqui andaremos, já que de outro Mundo melhor não sei!
Se souberes meu querido, manda-me novas!
 

1 comentário:

  1. Olá Carolina.
    Boa noite
    Vejo que tens passado com tamanha angústia e tristeza e gostaria de poder ajudar-te. Não sabendo como, exatamente, escrevo este pequeno comentário no teu lindo blogue.
    Bem sei que ninguém compreende a dor que cada tem por ver partir um filho. Perdestes três. Meu Deus. Mas, há um meio, muito nosso, para podermos conviver com as partidas que a vida nos prega. Saber que, estamos cá e quer queiramos ou não o nosso equilíbrio tem de se reposicionar para algum bem estar pessoal e predisposição para aceitar as agruras e a indiferença que passamos a ter na vida. Estou de acordo contigo quanto à facilidade que todos dizem que a vida continua. Que vida? A de outrora não é com certeza. A vida amputada dos valores mais pessoais, íntimos e já sem aquela ambição e frescura que nos caracteriza? É uma forma de vida. Existem outras e depende de nós formá-la e vivê-la!
    Em miúdo observei, quando andava à "caça" de lagartixas, que ao amputá-las do seu órgão vital ( a cauda), ficam inertes durante algum tempo pois tinham perdido o seu sentido de orientação. A sua inércia e a sua absoluta necessidade da cauda para sobreviver para fugir dos seus predadores e alcançar por lances corridos para se alimentarem , natureza dá-lhes uma cauda "em substituição", feia e enrugada mas com todas as funcionalidades.
    Temos de ser assim também. A natureza dá-nos, com outra forma, feitio e "beleza" um "órgão" adequado para prosseguirmos.
    Encontra-o pois ele está nas tuas mãos. Se continuares inerte a natureza aniquilar-te-á. Não permitas que isso suceda.
    Que posso fazer?
    Um beijinho

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