Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Solução para a minha casa de Chaves? Saturada!!!

Quando tomava alguma decisão séria e vos comunicava aos quatro, nunca criticavas, pouco falavas, deixavas que fossem os teus irmãos mais velhos a fazê-lo. Só recordo duas situações complicadas, em que te manifestaste a meu favor, com bom senso, calma e maturidade para os teus 16 aninhos, que talvez um dia fale nelas...

Quando a casa de Chaves, que sabias ser um dos sonhos que perseguia há anos, estava pronta, faltavam apenas os exteriores, e tive uma proposta de compra muito superior ao maior valor que já pedi por ela, disseste-me com um ar muito sério e um olhar penetrante, que jamais esquecerei: "Mamã vais hipotecar parte do teu vencimento e mais tarde da tua reforma, numa casa, em vez de aproveitares para viveres e viajares que é aquilo que desejas. Já conseguiste fazer a casa, cumprir o teu sonho".

Não te levei a sério, estava com 45 anos, considerava a reforma muito distante ainda e se me cansasse de Chaves, vendia a casa e ganhava dinheiro.

Desde que partiste tenho a casa à venda, o ordenado já estava congelado, comecei a ganhar muito menos e a reforma é agora menos 900€, do que quando construí.
Tenho vindo sempre a descer o preço, até quase ao valor que devo ao banco. Tentei dá-la na chamada Dação em cumprimento. Não aceitaram. Deram um bónus de 2anos a pagar juros, sem amortização de dívida.
Tentei alugar quartos para termas,  até para pessoal de empresas, uma vez que a particulares só tive prejuízos. Na chegada a casa o motor do carro fazia um ruído estranho e também se foi... Pensei em ficar por lá, porque num dos dias ouvia-te nitidamente tocar e cantar, como fazias sempre que estavas em casa...
Quando voltei para  preparar os quartos parti o colo do fémur, numa queda na cozinha. 

Voltei no outono, na última tentativa de assentar arraiais e recuperar. Fiz o meu quarto onde era o escritório. O silêncio passou a ser assustador, não sentia a casa da mesma forma. Sentia-a violada e estava vazia de ti. A tristeza crescia dia após dia e minava-me as forças. Tomei a decisão irrevogável de vender os móveis e o que mais fosse possível, trazer algumas plantas para Milheirós e começar de novo.

Já fez um ano que a decisão foi tomada. A casa continua à venda... O banco cobra agora a prestação a que tem direito, que é mais de um meio da minha reforma. A situação passou a ser insustentável!

Tu tinhas razão e eu não te ouvi! Soluções? Não tenho mais e estou cansada de tanto tentar! Saturada, de a cada dia piorar! 

Os Milagres existem! Resta-me a esperança.

Quando o dia é um pesadelo a noite será um sonho? Vamos sonhar!

Sem comentários:

Enviar um comentário