Quase um mês sem escrever!
Dias de cansaço, de insatisfação, de incerteza. Mas diz o ditado "quem não está bem, poem-se!". Foi o que tratei de fazer. Mudar do T2, no 4º andar virado ao mar, onde passei seis meses, para uma casita térrea, antiga, recuperada, com um bocadinho de quintal, pátio e arrumos. Sem grande conforto, mas com um bom estendal a céu aberto.
Certo ou não, o tempo dirá!
Foi a mudança mais dolorosa e cara de sempre. Mas não aguentava viver mais tempo, num andar rodeado por uma varanda que dava para o precipício, por outros apartamentos e a porta principal a abrir-se para um corredor longo e escuro. Sentia-me numa gaiola onde ouvia vozes e ruídos provenientes de todos os lados e algo me dizia, que quanto mais tempo ali passasse, outros problemas maiores surgiriam.
Agora onde escrevo, as coisas ainda estão a monte, ainda não tenho o conforto mínimo, mas consigo dormir profundamente e não tenho a vida de outros a incomodar-me.
Regalo o olhar ao ver a Becas feliz a correr no pátio, trapalhona a tropeçar nas próprias patitas...
Passo ao título do post e que é também um dos primeiros perfumes memorizados, agora nome do blogue!
Glicínias, não é só uma trepadeira de que gosto muito, ou uma flor em cacho, de forma invulgar, de linda cor lilás, tem ainda um perfume inebriante, que deixa um rasto que perdura na memória, pelo menos na minha...
Claro, que ao perfume das Glicínias estão associadas outras boas memórias e por isso ele vem comigo da minha meninice, da casa da minha madrinha, para onde eu ia antes de ir para a escola primária e até casar.
Na casa da ASSP, de que fui Gestora e Anfitriã durante sete anos, de 92 a 98, havia também uma trepadeira de Glicínias secular sobre o portão de entrada do carro e sob as janelas dos quartos. Em abril e outubro era fantástico reviver perfume e memórias.
Quando fiz a minha casa em Chaves, na minha cabeça esteve sempre o projeto de um caramachão com glicínias. Nos últimos anos tenho uma forte e grande trepadeira de Glicínias e Jasmim de folha perene que cobre o dito caramachão, que eu própria desenhei e que deixo para trás juntamente com a casa que está à venda.
Em outro lugar qualquer, mais Glicínias plantarei!
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