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sábado, 3 de maio de 2014

Os vivos convivem mal com a "morada" dos mortos

Parece-te estranho o título desta conversa?
TU, que vives num outro plano, que sabes que a morte física é apenas uma transição, e és livre como sempre desejaste, sem "morada" terrena fixa, explico o que quero dizer, como a todos o que lerem este texto.

A nossa casa continua a não se vender! O meu sofrimento e penúria continuam também...
A tomada de decisões drásticas, como a entrega ao Banco, o pedido de insolvência, provocam-me também algo inqualificável. Não é dor, mas talvez um sentimento de injustiça, por ter sido apanhada, juntamente com a tua perda, nas malhas desta maldita crise que não pára de atingir os funcionários públicos.

Uma e a principal razão, de quem não precisa dos bancos para comprar a casa, imagina só, é a proximidade do CEMITÉRIO.

Nos 10 anos que lá vivi, quase sempre só, só dava conta da existência dele quando havia algum funeral, ou no Dia dos Defuntos.
Nas cidades, não mudaram os cemitérios de lugar para construir prédios de vários andares.
A Igreja onde a tua irmã se casou está ladeada por um cemitério antigo. Na frente, um moderno só com lajes de granito e verde, onde na morte todos são de facto iguais e ainda em frente a Quinta com os vários salões de festas, de celebrações de VIDA.

Quem nasce tem por certo a morte. Os cemitérios só albergam matéria orgânica, e é só recordar "és pó e em pó te hás-de tornar". 
Não há cemitérios, para o amor que se tem aos que partiram, que continuarão sempre vivos nas nossas memórias!
Há que amar, honrar e respeitar os que nos estão próximos, e viver esta "estadia" seja ela curta ou longa, o melhor que pudermos, em paz com a nossa consciência e cada dia como se fosse o último, sempre pronto para ir de viagem.

Aprendi a viver/pensar assim, já lá vão mais de 20 anos e a duras penas. 
Não é em vão que dos 6 filhos que tive, me restam 2 lindas miúdas (para mim serão sempre) e 1 filho, que é também o melhor do mundo, para mim. Ah, as cirurgias a que fui submetida, não as conto...

"Não há ponto final para o Amor. Amor é Vida e Vida é Eternidade" André Luiz

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