Arrastei-me até Chaves, pela nacional, para pagar menos scuts e portagens e parar para rever amigos, se me apetecesse...
Falei para a Becas, como se fosse gente e creio que me entendia e até me respondia.
A carrinha bebeu como uma autêntica "bêbada", mas não tinha alternativa.
Parei em casa da T e foi muito bom revê-los. A A não estava. Encontrei o A à porta da Escola em VP, na entrada para uma reunião. Fez-me bem, ainda que por minutos sentir aqueles ares, rever pessoas genuínas, amigos sinceros, recordações que guardo religiosamente na minha mente.
Quando cheguei a casa, o desânimo foi completo pelo estado do jardim, dos canteiros, do pomar, quase em abandono. Como é possível, pessoas que se responsabilizam por uma casa, deixar os espaços que a circundam chegar a este caos? A cerejeira sem uma única cereja, cheia de bicho. As videiras sem poda. Enfim... indescritível!
A Becas não parava de ladrar, até no meu colo, até se deitar na cama que improvisei, porque me esqueci por completo que já lá não tenho cama, nem sequer roupa. A tristeza já era grande, então passou a choque por um esquecimento desta natureza: nem pijama, nem toalhas, nem mantas... Estávamos a 14 de Maio e fazia 14 anos que a minha madrinha tinha partido, depois de ter ido ver pela segunda vez no mesmo dia o estado das obras na casa, o quarto que lhe era destinado, e de ter dito "está tudo muito bonito, mas não chego a estreá-la". Fomos viver para a casa em Setembro.
Foram cinco dias dolorosos, a esvaziar a casa e a resolver questões legais, amenizados pela companhia da cadelinha amorosa, dos almoços em casa da L/R e R/A, quando pretendia ir à Internet e necessitava fazer pausas.
Comecei a podar as roseiras e fiz uma bolha tão grande nas mãos, que não pude continuar.
Que falta me faz o jardineiro, que deve ter partido de novo para a Suíça. O gabinete de estética da mulher está para alugar e a chamada do telemóvel vai parar ao voice mail estrangeiro. Os bons profissionais também se vão embora, não são só os jovens.
Desde que regressei, apenas ontem consegui regressar à escrita. A saúde tem-me atraiçoado. Não levei a medicação e só tomei os dois principais, que trago sempre a receita comigo. Primeiro ressaquei, depois foi a vez do síndrome. Nada me falta!
Agora, quero nela "mergulhar" a tristeza e os problemas; ganhar forças para os resolver um a um, como sempre fui capaz de o fazer e como tu de certeza desejas que o faça e os teus irmãos também!!!
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