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quinta-feira, 20 de março de 2014

Desconheço tanto de ti...!!!

Meu amor, chego à conclusão que desconhecia mais do que conheço de ti!
Será assim com o teu irmão e irmãs? Ou foi só contigo, porque eras "demais" além de mim em muitas matérias que não conseguia discutir contigo?

Porque digo isto agora? Tenho descoberto tanto manuscrito datado de 2000, no meio de qualquer caderno, de uma matéria qualquer, com textos tão coerentes, tão reveladores de uma tristeza tão profunda, de uma máscara que afivelavas, quando eras um jovem com 17anos, bem quisto por miúdas muito mais velhas e já universitárias. É assustador! 

Parecias na altura um miúdo lindo, de bem com a vida, divertido, embora sempre pronto a defender as posições que consideravas justas. Não abdicavas da tua música, nem de miúdas mais velhas...

Se não tivesse lido tanto e muito mais ainda após a tua partida, se a minha FÉ, não fosse do tamanho do mundo, creio que desabaria mais uma vez, perante tais descobertas.
Assim voltei a reler as partes do livro de Augusto Cury, A Saga de Um Pensador, e de perceber que tu meu querido eras como Anna. A tua mente sempre agitada, não parava de pensar, sofrias por erros do passado e por hipotéticos que poderiam vir a acontecer, sempre inquieto e com uma necessidade anormal de ser útil. Percebi por essa leitura, que não deixa de ser um síndrome de hipersensibilidade, que atinge muitas pessoas na sociedade e sempre as emocionalmente mais ricas e generosas.

Só a partir do momento que li o parágrafo do livro que mencionei e que vou transcrever na íntegra, o meu espírito sossegou, sinal que não estou a dizer nenhuma heresia e a pessoa que escreve o livro é um emérito psiquiatra.
"O conceito de suicídio tem de ser corrigido na psiquiatria e na sociedade em geral. A consciência do fim da existência é sempre uma manifestação da própria existência. Toda a ideia de morte é uma homenagem à vida, pois só a vida pensa. A ideia de morte não é uma atitude omnipotente do ser humano que traça o seu destino, mas uma atitude desesperada de tentar destruir o drama emocional que ele não conseguiu superar. (...) (...) revela não o desejo de morrer, mas uma fome desesperada de viver".

Termino com a beleza do teu rosto e do teu olhar embevecido, sentado no banco da varanda da cozinha da casa de Valdanta, e com o teu comentário: "se o Paraíso existe é aqui".

O meu, neste momento é aqui, para onde trouxe daquelas lindas e enormes rosas trepadeiras, e é onde cada um quiser, onde se sentir bem!

Abraço de saudade. Mamã

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