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sexta-feira, 14 de março de 2014

Passaram quatro anos... e foi ontem?

Meu amado filho:
Uma vez a psicóloga sugeriu que te escrevesse uma carta. Nestes quatro anos nunca fui capaz de o fazer, apenas fui rabiscando questões, mais para o Cosmos e para o Mestre, do que mesmo para ti.
 

Sempre tive consciência do teu grande sofrimento, de como te preocupavas com os grandes problemas da humanidade e da minha pequenez e impotência em te dar respostas, em te realizar pequenos desejos.
 

Sei que um estúdio de gravação, seria um Mundo para ti e nem isso pude dar-te...
 

A minha cabeça parece estoirar entre a memória da data de nascimento da Sarinha, que vi e rejubilei, nos primeiros minutos de vida, para de seguida cair no abismo da saudade da tua partida, mais aguda e vibrante, cada dia que passa.
 

Estás mais vivo do que nunca meu querido, porque teimam em não falar de ti? No dia do teu aniversário doeu tanto, não te ter a ti, nem a ninguém, a dizer "parabéns, por seres minha mãe". Lembras?
 

Nunca mais nenhum amigo teu veio ter comigo, contar-me das coisas boas que viveram.
 

A família não fala de ti. Filho amoroso e lindo, tu não viveste só comigo, não fui só eu que te perdi. Faz-me muito mal sentir, além da tua perda, o vazio das memórias, das conversas, dos risos, das brincadeiras, das partilhas.
 

Resta-me imaginar-te num Mundo melhor, porque este piorou, tocando a música que tão importante é para ti, pedindo opinião a outra mulher que tu gostes, se a composição está perfeita, fazendo felizes os que te rodeiam e quem sabe um dia, conseguirei de novo ouvir "não venhas tarde...". Com Amor, até ao nosso encontro. 



 Sei que não gostas que se cortem flores, e estas são lindas sei que gostas...

Mamã

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